sábado, dezembro 10, 2005

Eh mundão...

Eh mundão
todo mundo beija
todo mundo almeja
todo mundo deseja
todo mundo chora
alguns por dentro
alguns por fora
alguém sempre chega
alguém sempre demora.

(Elisa Lucinda
O Poema do Semelhante)

terça-feira, novembro 29, 2005

Papo de borboletas!

Borboleta pequetita! Mesmo tão diferentes temos as asas parecidas!
E alma inquieta por querer voar o mundo todo!
Tudo nesta vida nos desperta curiosidades!
O brilho das cores nos encantam.
O problema (e ao mesmo tempo uma das coisas mais lindas da vida) é que as cores são muitas, infinitas!
Quanto mais descobrinos e as misturamos dentro de nós, mais aparecem. E chamam nossa atenção todas ao mesmo tempo.
Esse tal de senhor tempo! Temos mesmo que aprender a lidar com ele.
Se pudéssemos ser sua senhora, porderíamos pará-lo, ou fazê-lo mais lento.
Ou viver 300 anos para conseguir fazer de tudo um pouco. E ainda assim acho que iríamos querer mais.
Mas somos senhoras do nosso tempo!
E é este o ofício que temos que aprender ao longo da nossa vida!
Sem pressa. Ela nos tira do nosso tempo normal de ser.
Do tempo que nos trouxe aqui onde estamos e do tempo que vai nos levar a todos os lugares onde realmente existe algo que nos espera.
Somos felizes por ter essas asas inquietantes! É um dom!
Pode ter certeza.
Asas que nos impulsionam para o novo, para o movimento, para querer sempre crescer, enfeitar o mundo ao nosso redor.
Asas que ensinam, que nos fazem aprender, modificar.
Só precisamos saber quando alçar os melhores vôos e quando ficar parada. (Hehe! E aí mora a questão do domínio, do conhecimento de si mesmo).
Estou aprendendo que tudo tem seu tempo.
E que tudo o que tivermos que viver, vamos viver.
Basta aproveitar as portas que a vida nos abre, caminhar para abrir aquelas que nos interessam e que não estão tão fáceis e dar tempo ao tempo.
Sei que é difícil. Aliás também luto pra controlar meus impulsos o tempo todo.
Mas prefiro nossa inquietação, nossa cabeça fervendo em mil idéias, mesmo que nem todas possam ser realizadas ao mesmo tempo e que essa impossibilidade do "tudo ao mesmo tempo agora" cause um frio na barriga.
Uma hora a calma chega.
Umas idéias dormem, outras se tornam maiores, se tornam realidade, vão dando espaços a mais e mais novas idéias, novos anceios e assim seguimos.
Sentir-se completo é algo que ainda não experimentei. E nem sei se vou ter esta sensação um dia.
Só busco dentro de mim uma calma muito grande para deixar que isso aconteça, porque sei que o tempo vai se encarregar de me levar para o "meu lugar" quando for o melhor momento. Enquanto isso trilho estradas cheias de árvores com frutos coloridos, vou fazendo a colheita para quando chegar onde for meu porto para que possa compartilhar dessa felicidade com a senhora plenitude. Acho que é isso.
Caminhamos, caminhamos e caminhamos, sempre guardando em nossas pequenas caixinhas do coração pedaços de onde vamos.
Isto para que quando chegarmos em nossa "casa", onde quer que seja o nosso lugar de parar, estejamos satisfeitas com o nosso andar.
E tenhamos plenitude, possamos enfeitar as paredes desta "casa" com esses pedaços do mundo que saem de dentro de nós.
Enfeitar nossa vida com nossa maturidade. E isso só vem com o tempo.
Eu já resolvi relaxar.
Porque quero o cinema, quero a arte, quero a percussão, quero a pesquisa, quero a prática, quero o canto, quero a dança, quero escalar, quero andar muitas estradas, também quero chegar, quero beira de mar, quero colo pra deitar, mãos pra me guiar, quero saber muito pra ensinar, quero colorir muros, quero luas cheias com muitos amigos ao redor, quero ir para a África, quero um amor pra amar, quero ter filhos, quero andar a Europa, quero morar na Bahia, quero praia deserta e também quero a Babilônia (São Paulo é maravilhosa. Tem gente do mundo todo, cheios de quereres como nós. Milhões de seres inquietos trombando por essas esquinas cinzas, buscando o que o momento pode lhes trazer de melhor! E tem muita coisa boa por aí. Principalmente as pessoas que se encontram nas esquinas e o que elas trazem dentro de si de todos os lugares por onde já passaram e das raízes da terra de onde nasceram. São muitos, mineiros, cariocas, cearenses, os próprios paulistas, chilenos, londrinos, espanhóis, baianos, pernambucanos, sulistas... O mundo todo na cidade cinza!)
Podemos voar o mundo todo. Mas às vezes essa ância de movimento não nos deixa perceber que talvez o mundo todo esteja ao nosso redor, onde estamos.
Nem sempre precisamos ir ao encontro do mundo todo.
Ás vezes ele vem ao nosso encontro. E escapamos deste encontro por estarmos inquietas querendo andar.
Respira! Quando a cabeça começar a ficar a mil. Respira fundo! Enche a barriga de ar, depois estufa o peito quando ele lotar. E depois vai soltando com calma. Primeiro esvazia o peito, depois a barriga. E assim vai. Hata Yoga. Pode ser que funcione na cuca. Porque quanto mais ar no cérebro melhor ele funciona. ;)
E... Ainda não caminhamos nem metade do tempo que temos de vida. Por isso é importante deixar que o tempo caminhe por nós ás vezes. E seguir nos passos do tempo.
Pode ser que esta calma nos leve ao encontro do nosso porto seguro.
Mas sinceramente, eu não quero encontrar este meu porto agora. Falo de mim, claro. Cada um cada um. Descobri que ainda tenho mesmo muito o que viver. Muito o que viver sozinha, muito o que viver acompanhada de milhões de seres humanos interessantes e ilumidados que existem em esquinas. Só me convenci mais ainda que existem milhões de esquinas nas quais ainda preciso virar. Milhões de surpresas que me farão sentir mais viva. Ainda milhões de quereres e muita liberdade para viver isso tudo. Liberdade.
A liberdade tem um encanto como em conto de fadas.
É preciso estar sempre atenta a esta senhora que se exalta e domina o homem que se entrega a ela como quem sopra ópio no ar.
Tem que ter limite. Tem que ter domínio.
Isso porque sabemos que o controle total destas borboletas que vivem dentro de nosso cérebro, de nossas almas, dentro de nosso estômago, é impossível. Elas não param de voar nunca. Graças a Deus!
Seremos sempre sonhadoras. Sempre sorridentes. Vamos chorar sempre. Ter sempre sensibilidades à flor da pele. Teremos sempre desafios e desafinos.
E com certeza, uma hora destas, um porto seguro. Colorido, calmo, cheio de amor e pessoas queridas, porque somos seres especiais. Iluminados, queridos, e com certeza existe neste mundão todo que nos encanta, nosso canto.
É só dar tempo ao tempo.

terça-feira, novembro 22, 2005

Saravá!

Vinícius!
A espontaneidade encarnada!!!!!!!
O homem das mulheres!
Casado nove vezes com a beleza das formas femininas!
Sempre apaixonado!
Vinícius inteiro, que não cabe mais em nossos tempos.
O branco mais preto do Brasil!
Sempre dado à vida!
Sempre embriagado pelo cão engarrafado!
Vinícius!
Das morais fora da ordem! Vinicius da desordem! De Moraes!
Da mente que buscou palavras pra fugir da solidão!
Vinícius dos meninos! Professor dos nossos grandes homens!
Homem que carregou nos braços abraços apertados, colados, calados!
Diplomata da pureza! Senhor da safadeza ingênua! Do prazer transbordando o corpo!
Vinícius da Bahia!
Para quem a vida se deu!
Vinícius que não morreu.
Porque enquanto alguém puder se dar à vida
Há de se dizer, que Vinícius ali viveu!
Saravá!

sexta-feira, novembro 18, 2005

Verger e o Candomblé !!! Salve!!!

"O Candomblé é para mim muito interessante por ser uma religião de exaltação à personalidade das pessoas. Onde se pode ser verdadeiramente como se é, e não o que a sociedade pretende que o cidadão seja. Para pessoas que têm algo a expressar através do inconsciente, o transe é a possibilidade do inconsciente se mostrar".

No seu contato com o candomblé - como freqüentador, amigo e iniciado - Verger foi cuidadoso e paciente. Ganhou afeto, proteção, conhecimento e, para honrar a confiança que nele foi depositada, passou o resto da vida registrando lendas, liturgias e procedimentos, em suas fotos e livros, que se tornaram fonte segura de informação para adeptos, pesquisadores e curiosos.

"Só em 1948, dois anos após minha chegada à Bahia e uma longa viagem pelo Recife, Haiti e Guiana Holandesa é que comecei a dar-me conta da importância do Candomblé e do papel que desempenha, dando dignidade à maioria dos habitantes desse lugar, descendentes de africanos".

Foi em 1948 também que ele esteve pela primeira vez no Ilê Axé Opô Afonjá, pouco antes de partir para a África, onde teria uma bolsa de estudos para fotografar rituais religiosos. Mãe Senhora se ofereceu para consagrar a sua cabeça a Xangô. Iniciou-se aí a longa amizade de Verger com o povo de santo.

Na África, esteve com descendentes dos antigos soberanos que originaram os mitos; conheceu os locais sagrados, assistiu e participou de rituais. Quando estava na Bahia, continuava o aprendizado:
"O interessante é você conviver, fazer as mesmas coisas e participar sem intenção de entender. Participando, a coisa fica completamente diferente. Foi o que aconteceu comigo aqui. Eu convivia no terreiro do Opô Afonjá, fazia as mesmas coisas das pessoas da Casa, sem saber o porquê, nem como. Vivia em comum tomando parte das preocupações, das crenças".

Além do Afonjá, Verger freqüentou muitos outros terreiros, como a Casa Branca, as casas de Joãozinho da Goméia, Joana de Ogum e Catita, onde tinha muitos amigos e, depois de alguns anos, o Aganju, fundado pelo sacerdote e amigo Balbino Daniel de Paula, com a sua ajuda. Até o final da vida, entretanto, Verger se declarava um "francês racionalista" que não tinha "sentimentos religiosos muito fortes", ainda que talvez não fosse tão cético assim. O fato é que a profundidade do seu conhecimento somado à sua vida monástica e temperamento misterioso o tornaram um referencial para pessoas de todos os credos.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Há de ser vocação

"Não é possível que alucine e que obceque tanto este desejo de ser leve, de estar longe.
Mas ainda um dia eu terei a asa como vocação.
Irei buscar aquela pronúncia nua e interior das alturas quando dizemos pássaro ou ave, ou gravitação.
Há uma ambição paciente neste modo de estar, de querer tocar a vida por cima, como se nela houvera um cume ao qual nos é vedado chegar.
Quero esta humilde e real ilusão, esta redonda janela intemporal onde o peso se suspende,
flutua, e para onde a vida pende".

quinta-feira, novembro 10, 2005

Uma Didática da Invenção
do "O Livro das Ignorãnças" ed. Civilização Brasileira.

I
Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
a) Que o esplendor da manhã não se abre com
faca
b) 0 modo como as violetas preparam o dia
para morrer
c) Por que é que as borboletas de tarjas
vermelhas têm devoção por túmulos
d) Se o homem que toca de tarde sua existência
num fagote, tem salvação
e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega
mais ternura que um rio que flui entre 2
lagartos
f) Como pegar na voz de um peixe
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
Etc.
etc.
etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.

IV
No Tratado das Grandezas do Ínfimo estava
escrito:
Poesia é quando a tarde está competente para
Dálias.
É quando
Ao lado de um pardal o dia dorme antes.
Quando o homem faz sua primeira lagartixa
É quando um trevo assume a noite
E um sapo engole as auroras

IX
Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz.

Hoje eu desenho o cheiro das árvores.

IX
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa
era a imagem de um vidro mole que fazia uma
volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta
que o rio faz por trás de sua casa se chama
enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Preciso Me Encontrar

Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas do rio correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

(Salve Cartola)

quarta-feira, outubro 26, 2005

Análise de buteco!

Seu maior desejo:

"Teu beijo
antes fosse insipido
vazio de tudo
sem eco
e não remetesse sonho!"
(Renato Limão)

Infelizmente...

Tem gente que inventa, não se aguenta, não se admite!
Tem gente querendo por limite, distrair a realidade, não dar ouvido à vontade!
Tem gente inventando história!
Mudando a cor da leveza!
Mas o que mudou agora...
Foi sua cara, sua memória!
Que para mim... não passa da escória!

sexta-feira, outubro 21, 2005

Lembrança de Alita

"Tudo vai, tudo volta;eternamente gira a roda do ser.Tudo morre, tudo refloresce,eternamente transcorre o ano do ser.Tudo se desfaz, tudo é refeito;eternamente constróí-se a mesma casa do ser.Tudo se separa, tudo volta a se encontrar;eternamente fiel a si mesmopermanece o anel do ser.Em cada instante começa o ser;em torno de todo o "aqui"rola a bola "acolá ".O meio está em toda parte.Curvo é o caminho da eternidade".Nietzsche - Assim Falava Zarastrusta

quarta-feira, outubro 12, 2005

De Vinícius

"Morro ontem. Nasço amanhã. Ando onde há espaço. Meu tempo é quando"

" ... e a coisa mais divina que há no mundo, é viver cada segundo como nunca mais ..."

"Sairei de mim mesmo em busca das melodias esquecidas na memória, em busca dos instantes de total abandono e beleza, em busca dos milagres ainda não acontecidos"

" A hora do sim é o descuido do não"

" É melhor ser alegre que ser trise; alegria é a melhor coisa que existe..."

"Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém..."

"O sofrimento é apenas um intervalo entre duas felicidades"

" O homem que diz "sou" não éPorque quem é mesmo é "não sou" "

por enquanto são essas...

sexta-feira, setembro 23, 2005

Auto retrato!

Tenho uns 5 tênis, mas não gosto de usar. Adoro ouvir música. Amo praia. Não gosto do cheiro que os caminhões soltam na estrada, fico com vontade de vomitar. Falo muito. Escuto pouco. Leio muito pouco. Essa é a minha maior frustração na vida. Sou muito agitada. Minha maior paixão é viajar. Sou virginiana. Meu quarto é SEMPRE uma bagunça. Amo cores. Não gosto de dias nublados. Minhas unhas são sempre curtas. Já fiz cirurgia para corrigir 7 graus de miopia. Adoro acampar. Não sei cozinhar muito bem. Faço artesanatos. Já tive dreads e uma paixão louca por eles. Não sou hippie! Sou formada em jornalismo. Gosto de homens largados. Faço produção de cinema. Adoro cabelos anelados. Não gosto de lugares muito lotados, onde não consigo andar. Sempre paro de fazer meus hobbies antes de me desenvolver bem neles. Já pesquei baiacu na praia com meu pai. Meus hobbies são capoeira e percussão. Não sei tocar percussão. Não tenho disciplina para estudar. Tenho hérnia de disco e não posso fazer capoeira. Gosto de psicologia. Sou chocólatra. Adoro buteco. Já tomei porre de gin. Já tentei ler muito. Não uso calça apertada, me incomoda muito. Quero pular de pára-quedas um dia na vida. Queria fazer milhões de coisas na vida e fico sempre pensando se vou fazer mesmo. Me acho bonita. Gosto de poesias. Não gosto de ler jornais. Adoro ver filme. Não gosto dos programas que passam em redes de televisão abertas. Vou pouco à casa dos meus pais. Adoro olhar no espelho. Não como bem. Já morei nos Estados Unidos. Vou morar na Europa. Sou curiosa. Acho que as pessoas não se olham muito nos olhos. Todos os meus sapatos estragam rápido. Tenho sete elefantes tatuados no meu tornozelo. Quero muito ter filhos. Acho que sou um pouco folgada. Adoro meus amigos. Não tenho muita paciência. Amo a comida da minha mãe. Tenho um irmão gêmeo. Não me pareço com ele em ABSOLUTAMENTE nada. Sou crítica. Já tive cadelas que foram minhas grandes amigas. Tenho amigas que moram no exterior. Quase não vejo meus avós e tios. Sou preguiçosa. Amo comer. Não gosto de esperar. Já dormi em rede. Tenho um olfato tão bom que é até chato. Sou aventureira, mas já fui mais. Queria morar em uma ilha. Não gosto de ficar muito tempo sozinha. Tenho amigdalite umas quatro vezes por ano. Nas duas últimas viagens à Bahia tive amigdalite. Falo muito alto. Adoro morrer de rir. Gosto de reagge e black music. Adoro tomar sol caminhando na praia. Morro de curiosidade quando alguém começa a falar algo e depois diz que não vai contar mais. Adoro tirar fotos. Não tiro muitas fotos porque é muito caro. Tenho mania de esquecer palavras e ficar irritada horas tentando lembrar. Já corri mais atrás das coisas que quero do que atualmente. Sempre perco meus óculos escuros. Sou impulsiva. Não gosto de relacionamentos enrolados. Não gosto de não saber o que está acontecendo comigo. Gosto de chorar quando estou com vontade. Já chorei mais. Minha memória é muito ruim. Gosto de cantar. Não consigo ficar parada quando escuto tambores tocando. Não tenho religião. Nunca lembro letras de músicas. Adoro nadar. Não faço exercício físico. Gosto de acordar tarde. Falo muito ao telefone quando estou em casa. Fico pouco em casa. Já fiz yoga. Não fico muito tempo falando no telefone. Já olhei mais nos olhos das pessoas. Adoro Coca-Cola. Fico muito feliz quando meus amigos me ligam. Adoro enfeitar a casa. Adoro minha casa. Não sou muito boa em argumentar. Tenho péssima memória para nomes. Acredito muito fácil nas pessoas. Adoro suco de beterraba com cenoura e laranja. Sou ansiosa. Gosto de homens que me fazem rir. Adoro beijos no pescoço. De vez em quando fico carente. Como sempre um pacote inteiro de pão de queijo. Meu sonho de consumo é um jipe. Não gosto de esperar ônibus no ponto. Gosto de observar as pessoas quando elas não estão me vendo. Dou menos atenção a algumas amigas do que deveria. Quando tiver um filho vou comprar uma piscina de bolinhas bem grande. Já me encantei mais com as coisas simples da vida. Adoro parque de diversão. Gosto de circo. Não consigo ficar sem meu celular. Vejo menos meus pais do que gostaria. Não faço muito esforço para vê-los. Gosto de época de frio. Adoro conhecer gente nova. Sempre perco minhas sombrinhas. Amo cheddar. Amigos dizem que faço perguntas difíceis. Às vezes minha ficha demora a cair. Dou muita pala. Estou sempre insatisfeita com alguma coisa, acho que isso é uma característica virginiana. Acho que não vou ter muito dinheiro na vida. Também acho que não preciso, só para viajar. Passei minha infância indo a Guarapari. Não gosto de secar cabelo. Gosto de desenhar. Detesto lavar vasilhas. Gosto de choconhaque. Posso ser muito chata quando estou com pressa. Sou menos amiga da minha mãe do que gostaria. Já encontrei o “homem da minha vida” e depois descobri que não era! Não me lembro dos aniversários das pessoas. Quando era mais nova ligava para todos os amigos em seus aniversários. Tenho mania de querer as coisas na hora e do meu jeito. Minha mãe sempre disse isso. Às vezes me arrependo de alguma atitude que tomei. Prefiro arrepender-me de ter tomado uma atitude errada do que não ter feito nada. Costumo deduzir demais as coisas, principalmente em relacionamentos. Ainda não sei o quero fazer da minha vida. Sou sincera. Já fiz jazz e tai-chi-chuan. Às vezes sou egoísta. Detesto quando as pessoas falam que vão fazer algo e não cumprem suas palavras. Tomo banho rápido. Adoro milkshake de ovomaltine. Já transei na primeira noite. Gosto de fazer massagem. Também gosto de receber, mas acaba que sempre faço mais do que recebo, e não me importo. Gosto muito de coisas inesperadas. Não gosto de depender de ninguém. Adoro pessoas e coisas lúdicas. Acho que durante a vida os homens precisam se esforçar para acrescentar algo de bom ao mundo. Sou eu que sempre faço as contas em mesa de bar. Às vezes sou insegura. Sempre tenho esperanças. Já fui "casada" e descobri que não estou pronta para esse momento da vida. Ajo mais pela paixão do que pela razão. Minhas emoções são muito inconstantes. Tenho um amigo que diz que sou igual à bolsa de valores. (Hehehe). Já fiz trabalhos sociais. Sou muito mais prática do que teórica. Detesto receber ordens. Já fiz aula de guitarra. Tenho violão e não sei tocar. Quero ter uma casa na praia. Não gosto e não entendo de política. Sou otimista. Sou super pontual. Não uso salto alto. Já tive peixes em aquário. Tenho plantas em minha casa. Nunca coroei e nunca fui dama de honra. Quando criança, adorava colocar barquinhos de papel na enxurrada. Amo crianças. Gosto de viver a vida com intensidade. Adoro Van Gogh. Sempre tive preguiça de dicionários. Amo o Rio de Janeiro. Detesto estudar física. Sou muito sonhadora. Durmo bem. Adoro cama de casal. Não consigo meditar. Estou tentando parar de fumar. Preciso parar de fumar para não ter mais amigdalites. Amo tequila. Minha cor preferida é laranja. Não deixo de fazer nada que quero por medo do que as pessoas vão pensar de mim. Não sou a filha que meus pais gostariam que eu fosse. Eles nunca me disseram isso, mas eu sei. Já me preocupei mais com isso do que atualmente. Detesto trance. Consigo muito bem ser amiga de ex-namorados. Não suporto pessoas tentando me controlar. Gosto de samba. Já fui garçonete. Adoro abraços. Acho que todo mundo deveria dizer sempre as coisas boas que sentem aos outros, sem vergonha. Não tenho muita vergonha. Adoro falar bobagens. Já fiz terapia. Meu avô é cego. Sempre pego carrapatos quando acampo. Adoro pisar descalça na terra. Amo frango ensopado com quiabo. Adapto-me muito fácil a ambientes diferentes. Nunca saio de casa sem passar creme no rosto. Não uso batom. Tenho rinite alérgica. Adoro suco de abacaxi com hortelã. Adoro brigadeiro. Já senti dor de saudades. Acho ursos pandas as coisas mais fofas do mundo! Sou filha de orixás! Não tenho medo de baratas ou de lagartixas. Já nadei pelada. Tenho medo de bichos no fundo de rio. Meus cabelos são muito lisos. Tive muitos apelidos quando criança. Nunca fiz greve de fome. Já fui a Buenos Aires. Nunca beijei cinco meninos em uma noite. Já experimentei droga. Nos reveillons que passo em praias sempre pulo no mar à meia noite e canto para yemanjá. Nunca vi um espírito, mas acredito que eles existam. Não uso relógio. Tenho piercing. Gosto de saias compridas. Adoro montanhas russas. Não penteio cabelos. Tomo pílula há anos. Já fiz exame de HIV. Durmo com uma foca de pelúcia há oito anos. Já passei aperto achando que estava grávida. Já fui roubada. Moro longe da maioria das pessoas que amo. Já traí e não me senti bem. Vou sempre ao cinema, mesmo sozinha. Queria ganhar na Mega Sena para viajar a vida inteira. Quando estou na praça da Liberdade tenho vontade de ser mãe. Tomo muito café. Já vi matar porco. Acredito na evolução da alma humana. Nunca fiz coleção. Não guardo raiva de ninguém. Gosto de jogar Truco. Não sei dar salto de estrela. Amo Vinícius de Moraes. Vou conhecer a África. Adoro tartarugas. Já tive verrugas, mas não tenho há alguns bons anos. Adoro correr a cavalo na beira do mar. Um amigo me disse que “sou dada à vida”. Tenho amigos gays que eu adoro. Às vezes sofro por antecipação. Adoro sair em fotos. Quando estou com “dor de barriga” tomo um vidro inteiro de suco de caju puro. Adoro suco de caju. Tenho blog. Já andei muito de patins. Para mim, cada um é cada um. Emociono-me com Clarice Lispector. Não faço muito mistério. Amo carne vermelha. Quero que filmem o nascimento dos meus filhos. Já colei muito em prova. Gosto de dar presente às pessoas que amo. Não sou disciplinada. Preciso aprender a ficar mais só. Cansei de ser produtora. Estou ficando insensível e tenho medo disso. Choro muito em despedidas. Tenho muitos vinis. Às vezes me acho tão chata que nem eu me agüento. Já fiz aula de tênis. Adoro meu nariz. Preocupo-me com meu futuro por não fazer exercício físico, e continuo não fazendo nada. Tenho muitas fotos na parede. Ando muito de ônibus. Gosto da minha voz. De vez em quando mudo todos os móveis do meu quarto de lugar. Gosto de acordar cedo quando estou viajando. Tenho pequenas marcas de queimadura nos dois braços e na barriga. Grito muito quando brigo com meus irmãos. Tirei a televisão do meu quarto. Quero ter partos normais. Adoro deitar em puf. Escrevi em diário durante toda a minha adolescência. Sempre fiz trabalhos de escola de última hora. Minha voz é um pouco rouca. Já tive medo do boneco do Fofão. Sou curiosa. Amo a lua cheia e fico completamente louca quando ela está no céu. Preciso de liberdade. Gosto muito do vento quando não está frio. Preciso aprender a falar espanhol. Vou sempre a butecos tomar cerveja com amigos. Guardo muitas cartas da época em que as pessoas ainda escreviam cartas. Amo muito meus amigos. Adoro Boipeba. Faço sucesso com os gringos. Não consigo dormir perto do meu pai roncando. Sou muito empolgada. Tomo leite com toddy todos os dias, desde que me entendo por gente. Já tive mania de falar “tipo assim”. Só uso desodorante sem cheiro. Já tive atari. Não gosto de maçã. Adoro alongar. Preciso alongar mais. Odeio ter que depilar. Já escutei muito do meu pai a frase “você acha que é dona da verdade”. Há muito tempo não escuto isso. Acho as pinturas do Miró muito lindas e “bunitinhas”. Sou mineira. Não jogo papel no chão e detesto quem faz isso, principalmente quem joga papel da janela do carro. Fui muito feliz com todos os namorados que tive. Meus amigos e eu nos consideramos descontrolados. Acho que sou a mais descontrolada. Sempre quero muitas coisas ao mesmo tempo. Já fiz milhões de planos ao mesmo tempo e não realizei nenhum. Calço 38 e minha mãe também. Sempre usei os sapatos de minha mãe. Dou esmola de vez em quando. Tenho mania de bolsas e faixas de cabelo. Certas manias aprendo com os amigos. Não vou a boates. Já fui a muitos shows bons. Tenho mãos e pés muito pesados. Já fiz curso de teatro quando estava no colégio. Descobri que tenho raízes fortes fincadas na terra. Acho que seria uma boa atriz. Não consigo ficar muito tempo agoniada. Sempre faço alguma coisa para resolver o que me incomoda. Adoro jujuba. Minhas agendas de telefones são lotadas. Tenho roupinhas da minha época de bebê guardadas. Já tive pogobol e adorava jogar vareta e dama. Gosto de fazer amor à luz de velas. Quero ter uma banheira de hidromassagem. Prefiro vinho tinto ao branco. Já deitei na neve. Já esquiei e levei muitos tombos. Sempre preferi escrever cartas para os meus pais a conversar com eles. Muitas vezes sou muito ingênua. Penso muito. Sou romântica. Quando estou muito apaixonada canto o tempo todo. Sou muito exigente comigo mesma quando estou trabalhando, “Se todo mundo sambasse seria mais fácil viver”, e por aí vai...

segunda-feira, setembro 05, 2005

ANIVERSÁRIO!!!!!

Foi tão linda! Tão linda! Tão linda a festa! De saia branca, rodando por entre as mesas, recebendo abraços inusitados e todos os desejos de felicidades e brilhantinas na vida, vindos de todos os lados! Sorri a noite toda! Cantei e dancei por entre as flores que enfeitam meu caminho hoje! Ganhei de presente painéis com fotos minhas e de amigos e objetos que significam muito para mim espalhados pelo bar todo! Retrospectiva "25" ! E assim, senti todos vcs de "longe" dentro do meu coração!!! E as pessoas não queriam mais parar de me abraçar... Saudades!
QUE VENHA MAIS 26!

segunda-feira, agosto 29, 2005

CORES!

"Se olhar, a cor das flores não é a mesma ao sol de que quando uma nuvem passa !" Mas ela é sempre flor, e sua cor a mesma cor!
E hoje o sol ta lindoooooooooo! E todas as cores brilhando aguardam a primavera!
Por enquanto, EU SOU A PRIMAVERA!!!!!

sexta-feira, agosto 26, 2005

Nem sempre sou igual

Alberto Caeiro

XXIX - Nem Sempre Sou Igual


Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,

Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...




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sábado, agosto 20, 2005

EU!

+______088880____0____0____088880
+___088888888880___00___088888888880
+____088888888880______088888888880
+____0888888888880_00_0888888888880
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+____0888888888880_00_0888888888880
+______08888888880____08888888880
+________08888880______08888880
+__________0880__________0880
+___________00____________00

segunda-feira, julho 25, 2005

Entre poeiras e clareiras

Diante de mim,
eu mesma vendo poeiras e clareiras.
Dar ao tempo o tempo que ele precisa para ser exato, ser incerto,ser completo, ser sincero e virar esquinas.
Diante de mim as quinas. A liberdade adentrando a minha sina.
A solidão se dando aos encontros.
A noite turva, o insensato.
O vento arrepiando as costas.
O salto.
Nada parado. O tempo com seus passos.
Eu nos passos do tempo.
Em seus espaços.
Sapatos empoeirados.
E um pouco de tudo dentro do peito.
Um pouco de despeito.
O medo que tolhe; se deixar te engole.
Coisas que não funcionam... que impulsionam!
Os dias cheios de sono.
As noites cheias de luz.
Casulo se abrindo pro mundo...
As asas da borboleta sorrindo. E o mundo saindo de dentro de mim.

terça-feira, julho 19, 2005

Eu queroooooo!

Alguém já viu um pé de maçã????

domingo, julho 03, 2005

Neruda!

LII
"Cantas e a sol e a céu com teu canto
tua voz debulha o cereal do dia,
falam os pinheiros com sua língua verde;
trinam todas as aves do inverno.
O mar enche seus porões de passos,de sinos, cadeias e gemidos,
tilintam metais e utensílios, chiam as rodas da caravana.
Mas só tua voz escuto e sobe tua voz com vôo e precisão de flexa,
desce tua voz com gravidade de chuva,
tua voz esparge altíssimas espadas
volta tua voz pesada de orquídease
logo me acompanha pelo céu."

quarta-feira, junho 29, 2005

Tem dias que são assim...

"A tristeza é um muro entre dois jardins"

terça-feira, junho 28, 2005

...

Que confusão essa tal de razão faz com a emoção! A gente podia ser só coração!

sexta-feira, junho 24, 2005

CANÇÃO DO NOVO DIA

Pinte janelas em tua vida. Deixe-as abertas pro vento entrar. Vento quebra muros e armaduras de isolar. Caia então do outro lado, em si, num qualquer paraíso deixado escapar e avance na Terra do Sempre. Colha flores num buquê só pra você e mande entregar num lindo branco cartão - Espaço aberto pra imaginar. O toque é dado pra se dançar em ritmo seu. O sonho é colorido e com trilha sonora. O enredo se faz com o que Deus lhe deu. Não se preocupe em torná-lo real, que o mistério vibra em todo local. Lua encanta mesmo de uivar e borboleta é metamorfose, basta esperar. Amor não é coisa de novela, mas mudar o canal faz parte. Há mais de três cores na aquarela. Pintar o sete já é arte. Verso não requer métrica. Pesadelo é aritmética. Mude o figurino, tire os sapatos, caia na chuva pra se molhar. Morra um pouquinho pra ter o gostinho de ressuscitar. Não somos anjos de gaiola. Meta apenas é céu. O resto é esmola. Vire as páginas, vá direto ao fim da história. Happy end é só o começo e a ordem dos fatores não altera o produto. Nada ainda é Tudo. Você é quem dita a verdade. Vontade nunca é demais. Prazer que se preza arde. Qualquer carinho faz bem. Não vale olhar para trás. Quem chegar por último é mulher do padre. Amém. Não há fronteiras nesta cidade. Brincadeira rara é felicidade.
(Marcos França)

O IMPULSO

Sabe aquele sentimento
Que sorri lá dentro
Que pula, canta, dança
E nunca se cansa?

Então,
É o amor
A alegria
Sem nem um pouco
De harmonia

Porque passa por cima
Atropela
Borra a tela
E rabisca a poesia

Ê vida bela!
Que sem ela
Nada seria.
Nada seria
Sem os sentimentos
Sem o tempo
Sem o vento
Sem o brilho nos olhos
Sem os olhos
Sem o toque

Quero abraçar
Apertar
Deixar escorrer pelos dedos
E depois tudo juntar
Passos novos trilhar

Ê vida louca!
Que não usa touca
Molha os cabelos
Não olha no espelho
É bela sem saber
Por quê
Sem ter
Sem possuir

E os caminhos
Tantos
E tão longos
Às vezes curtos
Mas eu
Sempre curto
Me divirto
Me atrevo
Sem medo

Meu coração
Sem rumo
Sem luvas
Quer tocar
Cantar
Mesmo em desafino
Porque para essa vida
Eu não afino

Quero mesmo
É ser
Até mesmo
Sem poder
Aprender
Descobrir
Crescer

E assim
O impulso da vida
Vai por essa estrada
Sem eira nem beira
Carregando sua peneira
E guardando na sacola
Tudo o que rola

Leva como companheira
A fé
Segue de carona
Ou a pé
Mas vai
E nunca pára

Se olha para trás
Sente saudades
Sorri
Às vezes chora
Mas dispara
Porque é
Para a frente
Que está a tara
Que existe
Dentro da gente

E viver
É bom Demais!!!

quinta-feira, junho 23, 2005

Sobre Pinhole!

Pin Hole ou Câmara Obscura
(por Leo Lima)

O Pin Hole ou Câmara Obscura é uma modalidade de fotografia artesanal na qual não são utilizados nenhum tipo de aparato fotográfico, como câmeras, filmes e lentes. Para se realizar as fotos são necessários apenas uma caixa vedada à luz e papel fotográfico preto e branco.
Ela se utiliza de um princípio básico da fotografia, descoberto por diversos cientistas simultaneamente na Europa do século XVI, dentre eles Leonardo Da Vinci. O princípio pode ser visualizado através de uma sala ou câmara vedada à luz que possui apenas um orifício em uma de suas paredes. A luz que tem acesso à sala atravessa todo o espaço e vai formar, na parede oposta, uma imagem duplamente invertida, de cabeça para baixo e com os lados trocados. Os cientistas também perceberam que quanto menor o furo, maior era a nitidez com que se formava a imagem na parede opsta a ele. O aumento progressivo do orifício fazia com que a imagem fosse 'perdendo o foco', até que ela desaparecia e a câmara passava a ser apenas mais uma sala iluminada insuficientemente por uma pequena entrada de luz, menor do que uma janela.
As imagens são normalmente feitas à luz do dia -facilitando a fotossensibilização do papel. O papel deve ser fixado dentro da câmera numa sala escura e a câmera deve ser levada para a luz do dia e colocada sobre uma superfície estável por alguns segundos. O tempo de exposição à luz varia conforme o tamanho do furo (forjado com um alfinete) e conforme a luminosidade do dia e do local escolhido.
O papel fotográfico deve ser revelado logo após a exposição, a fim de que não vaze luz suficiente para estragar a foto desejada.A revelação é feita em sucessivos banhos químicos do papel em reveladores, interruptores e fixadores, nesta ordem. A partir deste processo é gerado um negativo da imagem capturada (imagem duplamente invertida e também invertida em suas áreas claras e escuras). O positivo (imagem real) é conseguido com o auxílio de um ampliador fotográfico e com um novo papel fotossensível, que terá 'impresso' em sua superfície a imagem retratada.

Nada adianta ter o mundo diante dos olhos e não sair de dentro de si!

Miss Butterfly voou de verdade!
Saiu de casa com um casaco como se esperasse o frio do Pólo Norte. Na primeira esquina já estava arrancando tudo. Cachecol, casaco e gorro ficaram na mochila! A sensação do sol é a melhor pra adquirir boas energias! E lá se foi.
Entrou no balaio e rumou à Avenida Paulista. O roteiro cultural da nova “turista” de Sampa tinha que começar por lá! Afinal, como diz Haroldo de Campos, São Paulo é uma “executiva de saia cinza”, e a Av. Paulista tem a cara de ser por onde passeia essa “moça”.
Logo na descida do ônibus descobriu que só tinha sete reais e que tinha esquecido o cartão do banco em casa. Bem; cinema, Masp, essas coisas vão ter que ficar pra outro dia.
Saiu a caminhar e viu um monte de árvores. O miolo da Paulista. Imagina! Uma flor de pétalas cinzas e no meio, um miolo verde! Sentindo-se em casa no meio de tantas folhas correu para o interior dos portões e descobriu estar no Parque Trianon. Salve Tenente Siqueira Campos, que deve ter sido quem fez aquele espaço (porque o nome dele está lá na placa). E Salve Xangô e Oxalá! Com tantas folhas e pedras eles também devem habitar este lugar.
Um pouco de receio em adentrar nos becos de árvore tomou conta do seu ser. Alguns mendigos estavam no centro do parque. Mas e daí? Se fosse um mendigo também estaria ali!
Deixou o “temor” de lado, colocou música nos ouvidos e saiu a cantar. Um cheiro verde entrava em seus pulmões como se estivesse na Mata Atlântica. Uma sensação de ar puro. Mas só sensação, porque o barulho dos carros, ônibus e pessoas frenéticas permaneciam no lugar. Compenetrou-se no som da música e de repente deparou-se com um parque cheio de balanços. Coisa de criança! Alguns adultos e velhos lendo jornais ao seu redor. Olhou para os lados, caminhou e voltou. A espontaneidade é a melhor companhia de todas. Sentada no balanço colocou as pernas pro ar e ficou: pra lá e pra cá, pra lá e pra cá! Olhares se voltaram para ela sem conseguir intimida-la. Cantava bem alto acompanhando a fitinha que tinha na mochila: “Se você vieeeeeeer, pro que der e vieeeeeer, comigoooooooo! Eu te darei o sol, se hoje o sol saiiiiiiiiiiiirrrrrr!”. Perdeu a noção do tempo! Voando alto sentiu a liberdade, da qual tanto reclama estar distante, em um simples balanço.
Coisa boa é coisa simples! De olhos fechados ficou até cansar.
Deu um pulo e continuou seu passeio por entre as folhas. Um cantinho convidativo se abriu no meio do caminho. E justamente ali os raios do sol conseguiam transpor as folhas das árvores e esbanjavam calor. Parou para um banho de luz!
Alguns minutos depois continuou a caminhar e descobriu um trono de tronco. Bem no início de um corredor que dava lá no portão de saída pra avenida. Talvez esse trono até pertença a alguém. Mas naquele momento ela o declarou sendo seu. Miss Butterfly saiu do casulo e encontrou uma corte! Pediu licença e sentou-se onde todas as pessoas presentes ali ainda não tinham se atrevido estar (pelo menos naquele momento ele parecia bem intimidante). Sentindo-se uma princesa, ficou a observar o caminho que estava à sua frente. No final, portão aberto para a cidade. Saudade do mato! Vontade de ficar ali... Do outro lado descobriu um outro trono! “Êta que esse terreiro é reino de muita gente!”. Que bom! Já este outro, estava embaixo de um poste-coqueiro. Enorme! Com musgo verde até a metade do tronco, era mesmo prazeroso de se ver. E a luz do sol saindo por entre as folhas.
Tinham muitas árvores por ali. Algumas delas bem importantes, porque possuem placas com seus nomes. No mundo dos homens é assim, quando tem placa com nome é porque fez algo de nobre (dizem). Um Jequitibá (Cariniana estrellensis), que a fez lembrar uma amiga Carina! Tão grande e tão lindo! Chegou bem perto pra sentir seu cheiro e tentou abraça-lo, mas seus braços ficaram curtos. Outra que tinha nome era a Paineira. Também bem bonita!
Sorridente até as orelhas saiu caminhando do parque que considerou ter sido a melhor descoberta do dia! Já sabe para onde voar quando precisar de ar!
Passou pela porta do MASP (Museu de Arte de São Paulo) e saldou Assis Chateaubriand! Um cartaz enorme descia das paredes do prédio com uma pintura bonita de uma baiana! Opa! Gostou demais daquilo. Atravessou a rua e foi ver o valor ($). Super em conta! Só que só abre amanhã! Demorou! A exposição será de Ademir Martins. Parece ser interessante.
(Daremos notícia da visita!).
Passos lentos, sem compromissos com o tempo levaram-na até a Casa das Rosas. Já conhecia o lugar, mas queria sentir o cheiro das flores. Poucas, na verdade. Não é a época certa para ter jardins floridos. Então, resolveu entrar na casa que a fez sentir a muitos séculos atrás de si. Sem precisão de data daquela construção, subiu as escadas que tinha uma janela linda de vidros pintados. Viu dois banheiros. O primeiro era todo verde. Enorme! Com espelhos grandes, pia e bidê antigos e uma banheira super charmosa! Parecia filme. Passou pela varanda achando muito estranho o passado e o presente, um ao lado do outro, separados apenas pelos portões do casarão. Mas gostou. Voltou para dentro e surgiu o outro banheiro. Todo rosa. No mesmo estilo do outro, mas rosa! Sorriu para o gentil moço que mantém o lugar limpo e se foi.
Para terminar uma tarde de sensações boas Butterfly entrou no Itaú Cultural. No segundo andar viu uma exposição de Pinhole (* algumas palavras sobre esta técnica fotográfica em outro tópico). Fotos do Rio de Janeiro.Uma leitura bem poética da fotógrafa Fátima Roque. Muito lindo. E fez uma outra descoberta que foi capaz de faze-la saltitar:
O Itaú Cultural tem um acervo de documentários brasileiros à disposição do público. Para ver lá e levar para casa também.
Encontrou um tesouro! Uma forma de se entregar ao mundo sem ter que ir muito longe!
Voltou para casa sentindo-se a princesa da corte mais bela e vendo a saia da "empresária" de Haroldo de Campos muito mais colorida do que cinza!

ACORDAR!

Está um dia lindo lá fora!
Nada de chuva na terra cinza!
Nada de cinza no céu azul!
O sol brilha e o ventro frio, muuuuito frio, balança as árvores.
Hoje saio do casulo.
Há dias tô me sentindo como uma lagarta dentro de casa.
Enrolada em montanhas de cobertores, esperando o tempo passar.
Chega!
(Miss Butterfly)

EU NÃO SOU DAQUI!

Estou aqui com o sentimento de que não estou em lugar algum. Mas continuo aqui. A certeza que tenho é um desconforto. Vontade de sair por aí de mochila nas costas buscando a poesia da liberdade na estrada.
Falta inspiração. É mais ou menos assim: (apropriando-me de outras palavras)
"Como alguém distraído na viagem,
Segui por dois caminhos par a par.
Fui com o mundo, parte da viagem;
Comigo fui, sem ver nem recordar.
Chegado aqui, onde estou, conheço
Que sou diverso no informe que estou.
No meu próprio caminho me atravesso.
Não conheço quem fui no que hoje sou.
Serei eu, porque nada é impossível,
Vários trazidos de outros mundos, e
No mesmo ponto espacial sensível
Que sou eu, sendo eu por 'star aqui?
Serei eu, porque todo pensamento
Podendo conceber, bem pode ser,
Um dilatado e múrmuro momento,
De tempos-seres de quem sou o viver?"

Diante de mim, eu mesma!

Sou asas e raízes!
Calma e tormento!
Vento e fogo!
Teimosia e paixão!
Impulso e movimento!
Crítica e sonho!
Pedra e água!
Coragem e manha!
Liberdade e aconchego!
Amor e descontrole!
Sou som e cores!
AXÉ!

quarta-feira, junho 22, 2005

Poesia!

"Poesia é vaso de rosa na janela dos fundos:
Tanto faz.
Mas com ela
mais bela a janela"
(Ana Elisa Ribeiro)

Criei um blog!

Tô precisando mesmo sacudir o pote de palavras dentro de mim. Jornalista só por formação! Isso não me sôa muito bem. Há tempos não escrevo!
Aqui desta cidade fria (São Paulo), preciso passar mais tempo comigo do que nunca! Já que estou longe de todos os meus "quiridos". Então, vamos às palavras!
Diante de mim, eu mesma!