terça-feira, novembro 29, 2005

Papo de borboletas!

Borboleta pequetita! Mesmo tão diferentes temos as asas parecidas!
E alma inquieta por querer voar o mundo todo!
Tudo nesta vida nos desperta curiosidades!
O brilho das cores nos encantam.
O problema (e ao mesmo tempo uma das coisas mais lindas da vida) é que as cores são muitas, infinitas!
Quanto mais descobrinos e as misturamos dentro de nós, mais aparecem. E chamam nossa atenção todas ao mesmo tempo.
Esse tal de senhor tempo! Temos mesmo que aprender a lidar com ele.
Se pudéssemos ser sua senhora, porderíamos pará-lo, ou fazê-lo mais lento.
Ou viver 300 anos para conseguir fazer de tudo um pouco. E ainda assim acho que iríamos querer mais.
Mas somos senhoras do nosso tempo!
E é este o ofício que temos que aprender ao longo da nossa vida!
Sem pressa. Ela nos tira do nosso tempo normal de ser.
Do tempo que nos trouxe aqui onde estamos e do tempo que vai nos levar a todos os lugares onde realmente existe algo que nos espera.
Somos felizes por ter essas asas inquietantes! É um dom!
Pode ter certeza.
Asas que nos impulsionam para o novo, para o movimento, para querer sempre crescer, enfeitar o mundo ao nosso redor.
Asas que ensinam, que nos fazem aprender, modificar.
Só precisamos saber quando alçar os melhores vôos e quando ficar parada. (Hehe! E aí mora a questão do domínio, do conhecimento de si mesmo).
Estou aprendendo que tudo tem seu tempo.
E que tudo o que tivermos que viver, vamos viver.
Basta aproveitar as portas que a vida nos abre, caminhar para abrir aquelas que nos interessam e que não estão tão fáceis e dar tempo ao tempo.
Sei que é difícil. Aliás também luto pra controlar meus impulsos o tempo todo.
Mas prefiro nossa inquietação, nossa cabeça fervendo em mil idéias, mesmo que nem todas possam ser realizadas ao mesmo tempo e que essa impossibilidade do "tudo ao mesmo tempo agora" cause um frio na barriga.
Uma hora a calma chega.
Umas idéias dormem, outras se tornam maiores, se tornam realidade, vão dando espaços a mais e mais novas idéias, novos anceios e assim seguimos.
Sentir-se completo é algo que ainda não experimentei. E nem sei se vou ter esta sensação um dia.
Só busco dentro de mim uma calma muito grande para deixar que isso aconteça, porque sei que o tempo vai se encarregar de me levar para o "meu lugar" quando for o melhor momento. Enquanto isso trilho estradas cheias de árvores com frutos coloridos, vou fazendo a colheita para quando chegar onde for meu porto para que possa compartilhar dessa felicidade com a senhora plenitude. Acho que é isso.
Caminhamos, caminhamos e caminhamos, sempre guardando em nossas pequenas caixinhas do coração pedaços de onde vamos.
Isto para que quando chegarmos em nossa "casa", onde quer que seja o nosso lugar de parar, estejamos satisfeitas com o nosso andar.
E tenhamos plenitude, possamos enfeitar as paredes desta "casa" com esses pedaços do mundo que saem de dentro de nós.
Enfeitar nossa vida com nossa maturidade. E isso só vem com o tempo.
Eu já resolvi relaxar.
Porque quero o cinema, quero a arte, quero a percussão, quero a pesquisa, quero a prática, quero o canto, quero a dança, quero escalar, quero andar muitas estradas, também quero chegar, quero beira de mar, quero colo pra deitar, mãos pra me guiar, quero saber muito pra ensinar, quero colorir muros, quero luas cheias com muitos amigos ao redor, quero ir para a África, quero um amor pra amar, quero ter filhos, quero andar a Europa, quero morar na Bahia, quero praia deserta e também quero a Babilônia (São Paulo é maravilhosa. Tem gente do mundo todo, cheios de quereres como nós. Milhões de seres inquietos trombando por essas esquinas cinzas, buscando o que o momento pode lhes trazer de melhor! E tem muita coisa boa por aí. Principalmente as pessoas que se encontram nas esquinas e o que elas trazem dentro de si de todos os lugares por onde já passaram e das raízes da terra de onde nasceram. São muitos, mineiros, cariocas, cearenses, os próprios paulistas, chilenos, londrinos, espanhóis, baianos, pernambucanos, sulistas... O mundo todo na cidade cinza!)
Podemos voar o mundo todo. Mas às vezes essa ância de movimento não nos deixa perceber que talvez o mundo todo esteja ao nosso redor, onde estamos.
Nem sempre precisamos ir ao encontro do mundo todo.
Ás vezes ele vem ao nosso encontro. E escapamos deste encontro por estarmos inquietas querendo andar.
Respira! Quando a cabeça começar a ficar a mil. Respira fundo! Enche a barriga de ar, depois estufa o peito quando ele lotar. E depois vai soltando com calma. Primeiro esvazia o peito, depois a barriga. E assim vai. Hata Yoga. Pode ser que funcione na cuca. Porque quanto mais ar no cérebro melhor ele funciona. ;)
E... Ainda não caminhamos nem metade do tempo que temos de vida. Por isso é importante deixar que o tempo caminhe por nós ás vezes. E seguir nos passos do tempo.
Pode ser que esta calma nos leve ao encontro do nosso porto seguro.
Mas sinceramente, eu não quero encontrar este meu porto agora. Falo de mim, claro. Cada um cada um. Descobri que ainda tenho mesmo muito o que viver. Muito o que viver sozinha, muito o que viver acompanhada de milhões de seres humanos interessantes e ilumidados que existem em esquinas. Só me convenci mais ainda que existem milhões de esquinas nas quais ainda preciso virar. Milhões de surpresas que me farão sentir mais viva. Ainda milhões de quereres e muita liberdade para viver isso tudo. Liberdade.
A liberdade tem um encanto como em conto de fadas.
É preciso estar sempre atenta a esta senhora que se exalta e domina o homem que se entrega a ela como quem sopra ópio no ar.
Tem que ter limite. Tem que ter domínio.
Isso porque sabemos que o controle total destas borboletas que vivem dentro de nosso cérebro, de nossas almas, dentro de nosso estômago, é impossível. Elas não param de voar nunca. Graças a Deus!
Seremos sempre sonhadoras. Sempre sorridentes. Vamos chorar sempre. Ter sempre sensibilidades à flor da pele. Teremos sempre desafios e desafinos.
E com certeza, uma hora destas, um porto seguro. Colorido, calmo, cheio de amor e pessoas queridas, porque somos seres especiais. Iluminados, queridos, e com certeza existe neste mundão todo que nos encanta, nosso canto.
É só dar tempo ao tempo.

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