quarta-feira, junho 29, 2005

Tem dias que são assim...

"A tristeza é um muro entre dois jardins"

terça-feira, junho 28, 2005

...

Que confusão essa tal de razão faz com a emoção! A gente podia ser só coração!

sexta-feira, junho 24, 2005

CANÇÃO DO NOVO DIA

Pinte janelas em tua vida. Deixe-as abertas pro vento entrar. Vento quebra muros e armaduras de isolar. Caia então do outro lado, em si, num qualquer paraíso deixado escapar e avance na Terra do Sempre. Colha flores num buquê só pra você e mande entregar num lindo branco cartão - Espaço aberto pra imaginar. O toque é dado pra se dançar em ritmo seu. O sonho é colorido e com trilha sonora. O enredo se faz com o que Deus lhe deu. Não se preocupe em torná-lo real, que o mistério vibra em todo local. Lua encanta mesmo de uivar e borboleta é metamorfose, basta esperar. Amor não é coisa de novela, mas mudar o canal faz parte. Há mais de três cores na aquarela. Pintar o sete já é arte. Verso não requer métrica. Pesadelo é aritmética. Mude o figurino, tire os sapatos, caia na chuva pra se molhar. Morra um pouquinho pra ter o gostinho de ressuscitar. Não somos anjos de gaiola. Meta apenas é céu. O resto é esmola. Vire as páginas, vá direto ao fim da história. Happy end é só o começo e a ordem dos fatores não altera o produto. Nada ainda é Tudo. Você é quem dita a verdade. Vontade nunca é demais. Prazer que se preza arde. Qualquer carinho faz bem. Não vale olhar para trás. Quem chegar por último é mulher do padre. Amém. Não há fronteiras nesta cidade. Brincadeira rara é felicidade.
(Marcos França)

O IMPULSO

Sabe aquele sentimento
Que sorri lá dentro
Que pula, canta, dança
E nunca se cansa?

Então,
É o amor
A alegria
Sem nem um pouco
De harmonia

Porque passa por cima
Atropela
Borra a tela
E rabisca a poesia

Ê vida bela!
Que sem ela
Nada seria.
Nada seria
Sem os sentimentos
Sem o tempo
Sem o vento
Sem o brilho nos olhos
Sem os olhos
Sem o toque

Quero abraçar
Apertar
Deixar escorrer pelos dedos
E depois tudo juntar
Passos novos trilhar

Ê vida louca!
Que não usa touca
Molha os cabelos
Não olha no espelho
É bela sem saber
Por quê
Sem ter
Sem possuir

E os caminhos
Tantos
E tão longos
Às vezes curtos
Mas eu
Sempre curto
Me divirto
Me atrevo
Sem medo

Meu coração
Sem rumo
Sem luvas
Quer tocar
Cantar
Mesmo em desafino
Porque para essa vida
Eu não afino

Quero mesmo
É ser
Até mesmo
Sem poder
Aprender
Descobrir
Crescer

E assim
O impulso da vida
Vai por essa estrada
Sem eira nem beira
Carregando sua peneira
E guardando na sacola
Tudo o que rola

Leva como companheira
A fé
Segue de carona
Ou a pé
Mas vai
E nunca pára

Se olha para trás
Sente saudades
Sorri
Às vezes chora
Mas dispara
Porque é
Para a frente
Que está a tara
Que existe
Dentro da gente

E viver
É bom Demais!!!

quinta-feira, junho 23, 2005

Sobre Pinhole!

Pin Hole ou Câmara Obscura
(por Leo Lima)

O Pin Hole ou Câmara Obscura é uma modalidade de fotografia artesanal na qual não são utilizados nenhum tipo de aparato fotográfico, como câmeras, filmes e lentes. Para se realizar as fotos são necessários apenas uma caixa vedada à luz e papel fotográfico preto e branco.
Ela se utiliza de um princípio básico da fotografia, descoberto por diversos cientistas simultaneamente na Europa do século XVI, dentre eles Leonardo Da Vinci. O princípio pode ser visualizado através de uma sala ou câmara vedada à luz que possui apenas um orifício em uma de suas paredes. A luz que tem acesso à sala atravessa todo o espaço e vai formar, na parede oposta, uma imagem duplamente invertida, de cabeça para baixo e com os lados trocados. Os cientistas também perceberam que quanto menor o furo, maior era a nitidez com que se formava a imagem na parede opsta a ele. O aumento progressivo do orifício fazia com que a imagem fosse 'perdendo o foco', até que ela desaparecia e a câmara passava a ser apenas mais uma sala iluminada insuficientemente por uma pequena entrada de luz, menor do que uma janela.
As imagens são normalmente feitas à luz do dia -facilitando a fotossensibilização do papel. O papel deve ser fixado dentro da câmera numa sala escura e a câmera deve ser levada para a luz do dia e colocada sobre uma superfície estável por alguns segundos. O tempo de exposição à luz varia conforme o tamanho do furo (forjado com um alfinete) e conforme a luminosidade do dia e do local escolhido.
O papel fotográfico deve ser revelado logo após a exposição, a fim de que não vaze luz suficiente para estragar a foto desejada.A revelação é feita em sucessivos banhos químicos do papel em reveladores, interruptores e fixadores, nesta ordem. A partir deste processo é gerado um negativo da imagem capturada (imagem duplamente invertida e também invertida em suas áreas claras e escuras). O positivo (imagem real) é conseguido com o auxílio de um ampliador fotográfico e com um novo papel fotossensível, que terá 'impresso' em sua superfície a imagem retratada.

Nada adianta ter o mundo diante dos olhos e não sair de dentro de si!

Miss Butterfly voou de verdade!
Saiu de casa com um casaco como se esperasse o frio do Pólo Norte. Na primeira esquina já estava arrancando tudo. Cachecol, casaco e gorro ficaram na mochila! A sensação do sol é a melhor pra adquirir boas energias! E lá se foi.
Entrou no balaio e rumou à Avenida Paulista. O roteiro cultural da nova “turista” de Sampa tinha que começar por lá! Afinal, como diz Haroldo de Campos, São Paulo é uma “executiva de saia cinza”, e a Av. Paulista tem a cara de ser por onde passeia essa “moça”.
Logo na descida do ônibus descobriu que só tinha sete reais e que tinha esquecido o cartão do banco em casa. Bem; cinema, Masp, essas coisas vão ter que ficar pra outro dia.
Saiu a caminhar e viu um monte de árvores. O miolo da Paulista. Imagina! Uma flor de pétalas cinzas e no meio, um miolo verde! Sentindo-se em casa no meio de tantas folhas correu para o interior dos portões e descobriu estar no Parque Trianon. Salve Tenente Siqueira Campos, que deve ter sido quem fez aquele espaço (porque o nome dele está lá na placa). E Salve Xangô e Oxalá! Com tantas folhas e pedras eles também devem habitar este lugar.
Um pouco de receio em adentrar nos becos de árvore tomou conta do seu ser. Alguns mendigos estavam no centro do parque. Mas e daí? Se fosse um mendigo também estaria ali!
Deixou o “temor” de lado, colocou música nos ouvidos e saiu a cantar. Um cheiro verde entrava em seus pulmões como se estivesse na Mata Atlântica. Uma sensação de ar puro. Mas só sensação, porque o barulho dos carros, ônibus e pessoas frenéticas permaneciam no lugar. Compenetrou-se no som da música e de repente deparou-se com um parque cheio de balanços. Coisa de criança! Alguns adultos e velhos lendo jornais ao seu redor. Olhou para os lados, caminhou e voltou. A espontaneidade é a melhor companhia de todas. Sentada no balanço colocou as pernas pro ar e ficou: pra lá e pra cá, pra lá e pra cá! Olhares se voltaram para ela sem conseguir intimida-la. Cantava bem alto acompanhando a fitinha que tinha na mochila: “Se você vieeeeeeer, pro que der e vieeeeeer, comigoooooooo! Eu te darei o sol, se hoje o sol saiiiiiiiiiiiirrrrrr!”. Perdeu a noção do tempo! Voando alto sentiu a liberdade, da qual tanto reclama estar distante, em um simples balanço.
Coisa boa é coisa simples! De olhos fechados ficou até cansar.
Deu um pulo e continuou seu passeio por entre as folhas. Um cantinho convidativo se abriu no meio do caminho. E justamente ali os raios do sol conseguiam transpor as folhas das árvores e esbanjavam calor. Parou para um banho de luz!
Alguns minutos depois continuou a caminhar e descobriu um trono de tronco. Bem no início de um corredor que dava lá no portão de saída pra avenida. Talvez esse trono até pertença a alguém. Mas naquele momento ela o declarou sendo seu. Miss Butterfly saiu do casulo e encontrou uma corte! Pediu licença e sentou-se onde todas as pessoas presentes ali ainda não tinham se atrevido estar (pelo menos naquele momento ele parecia bem intimidante). Sentindo-se uma princesa, ficou a observar o caminho que estava à sua frente. No final, portão aberto para a cidade. Saudade do mato! Vontade de ficar ali... Do outro lado descobriu um outro trono! “Êta que esse terreiro é reino de muita gente!”. Que bom! Já este outro, estava embaixo de um poste-coqueiro. Enorme! Com musgo verde até a metade do tronco, era mesmo prazeroso de se ver. E a luz do sol saindo por entre as folhas.
Tinham muitas árvores por ali. Algumas delas bem importantes, porque possuem placas com seus nomes. No mundo dos homens é assim, quando tem placa com nome é porque fez algo de nobre (dizem). Um Jequitibá (Cariniana estrellensis), que a fez lembrar uma amiga Carina! Tão grande e tão lindo! Chegou bem perto pra sentir seu cheiro e tentou abraça-lo, mas seus braços ficaram curtos. Outra que tinha nome era a Paineira. Também bem bonita!
Sorridente até as orelhas saiu caminhando do parque que considerou ter sido a melhor descoberta do dia! Já sabe para onde voar quando precisar de ar!
Passou pela porta do MASP (Museu de Arte de São Paulo) e saldou Assis Chateaubriand! Um cartaz enorme descia das paredes do prédio com uma pintura bonita de uma baiana! Opa! Gostou demais daquilo. Atravessou a rua e foi ver o valor ($). Super em conta! Só que só abre amanhã! Demorou! A exposição será de Ademir Martins. Parece ser interessante.
(Daremos notícia da visita!).
Passos lentos, sem compromissos com o tempo levaram-na até a Casa das Rosas. Já conhecia o lugar, mas queria sentir o cheiro das flores. Poucas, na verdade. Não é a época certa para ter jardins floridos. Então, resolveu entrar na casa que a fez sentir a muitos séculos atrás de si. Sem precisão de data daquela construção, subiu as escadas que tinha uma janela linda de vidros pintados. Viu dois banheiros. O primeiro era todo verde. Enorme! Com espelhos grandes, pia e bidê antigos e uma banheira super charmosa! Parecia filme. Passou pela varanda achando muito estranho o passado e o presente, um ao lado do outro, separados apenas pelos portões do casarão. Mas gostou. Voltou para dentro e surgiu o outro banheiro. Todo rosa. No mesmo estilo do outro, mas rosa! Sorriu para o gentil moço que mantém o lugar limpo e se foi.
Para terminar uma tarde de sensações boas Butterfly entrou no Itaú Cultural. No segundo andar viu uma exposição de Pinhole (* algumas palavras sobre esta técnica fotográfica em outro tópico). Fotos do Rio de Janeiro.Uma leitura bem poética da fotógrafa Fátima Roque. Muito lindo. E fez uma outra descoberta que foi capaz de faze-la saltitar:
O Itaú Cultural tem um acervo de documentários brasileiros à disposição do público. Para ver lá e levar para casa também.
Encontrou um tesouro! Uma forma de se entregar ao mundo sem ter que ir muito longe!
Voltou para casa sentindo-se a princesa da corte mais bela e vendo a saia da "empresária" de Haroldo de Campos muito mais colorida do que cinza!

ACORDAR!

Está um dia lindo lá fora!
Nada de chuva na terra cinza!
Nada de cinza no céu azul!
O sol brilha e o ventro frio, muuuuito frio, balança as árvores.
Hoje saio do casulo.
Há dias tô me sentindo como uma lagarta dentro de casa.
Enrolada em montanhas de cobertores, esperando o tempo passar.
Chega!
(Miss Butterfly)

EU NÃO SOU DAQUI!

Estou aqui com o sentimento de que não estou em lugar algum. Mas continuo aqui. A certeza que tenho é um desconforto. Vontade de sair por aí de mochila nas costas buscando a poesia da liberdade na estrada.
Falta inspiração. É mais ou menos assim: (apropriando-me de outras palavras)
"Como alguém distraído na viagem,
Segui por dois caminhos par a par.
Fui com o mundo, parte da viagem;
Comigo fui, sem ver nem recordar.
Chegado aqui, onde estou, conheço
Que sou diverso no informe que estou.
No meu próprio caminho me atravesso.
Não conheço quem fui no que hoje sou.
Serei eu, porque nada é impossível,
Vários trazidos de outros mundos, e
No mesmo ponto espacial sensível
Que sou eu, sendo eu por 'star aqui?
Serei eu, porque todo pensamento
Podendo conceber, bem pode ser,
Um dilatado e múrmuro momento,
De tempos-seres de quem sou o viver?"

Diante de mim, eu mesma!

Sou asas e raízes!
Calma e tormento!
Vento e fogo!
Teimosia e paixão!
Impulso e movimento!
Crítica e sonho!
Pedra e água!
Coragem e manha!
Liberdade e aconchego!
Amor e descontrole!
Sou som e cores!
AXÉ!

quarta-feira, junho 22, 2005

Poesia!

"Poesia é vaso de rosa na janela dos fundos:
Tanto faz.
Mas com ela
mais bela a janela"
(Ana Elisa Ribeiro)

Criei um blog!

Tô precisando mesmo sacudir o pote de palavras dentro de mim. Jornalista só por formação! Isso não me sôa muito bem. Há tempos não escrevo!
Aqui desta cidade fria (São Paulo), preciso passar mais tempo comigo do que nunca! Já que estou longe de todos os meus "quiridos". Então, vamos às palavras!
Diante de mim, eu mesma!